segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A política de seleção dos" saberes do currículo e a democracia dos saberes da internet livre

O currículo é a síntese de saberes construídos e ditos"da humanidade" que possui vários intuitos e contem uma série de ideologias que o atravessa e que emergem de embates políticos, classistas e raciais. Quem construiu e contribuiu para a história da humanidade, quem domina a ciência, quais povos são vencedores e quais os vencidos,quem é desenvolvido e quem deixa de ser. Tudo isso está envolvido nas discussões sobre currículo e a forma que é feita essa seleção contribui para perpetuação e crescimento dos preconceitos, da hierarquia social e da subordinação cultural, social e com a posição que cada povo vai ocupar a nível de importância histórica na humanidade. É indiscutível a importância da síntese de conhecimento que será transmitida das gerações mais velhas para as mais novas. O papel do conhecimento sistematizado é imprescindível para que conforme Arendt os novos integrantes do mundo conheça o que já foi construído para que  futuramente possa atuar no mundo público e modificar o que  precisa ser modificado. Uma base sistematizada de conhecimentos da humanidade já foi reclamada com o finco de igualdade de possibilidades e diminuição da desigualdades sociais e também já foi usada como projeto de unificação do Estado e construção da Nova República. .A grande questão que eu venho discutir nessas linhas é da referência que se tem sobre o mundo, a partir de uma unica história e narrativa. Construir um currículo com uma única narrativa, personagens brancos com traços Europeus, histórias que perpetuam a exclusão de grupos e tratam com uma suposta neutralidade estão contribuindo com um projeto de sociedade autoritária, excludente e desumana, pois a escola estaria servindo para sacrificar o direito a identidade, construção de sujeito e da memória de povos,  estaria sendo uma escola construída com objetivos higienistas, os mesmo da construção de República do Brasil, que visava tirar os traços selvagens dos negros e indígenas transformando o Brasil numa extensão da Europa.

                                                                               http://cadaumnasualua.blogspot.com.br/2015_12_01_archive.html

. Os ativistas em torno do direito a referência e a representatividade do povo negro, indígena, dos povos do Sul, tem encontrado na internet livre,  em grande medida, um lugar propicio para contarem ao mundo a sua própria história.  Com o advento do blogger, professores, ativistas e todo sociedade tem encontrado um espaço para contestar essas histórias, homogêneas, higienistas, dotadas de preconceitos e ideologias de raça, classe, religiosas e tem conseguido alcançar uma quantidade significante de pessoas. A internet livre tem sido nesse sentido, o porta-voz dos discursos dos oprimidos diante do direito negado a verdade a respeito da sua história e da contribuição de muitos povos para a humanidade.  Jovens estudantes tem construídos narrativas de gênero, de raça a partir de experiências comuns e próprias e tem feito verdadeiras construções coletivas a partir de grupos virtuais que tem significado e contestado o que vem sido dito nas escolas e promovido o emponderamento de pessoas que historicamente foram colocadas num lugar de exclusão tanto nos espaços e posteriormente nas narrativas, nas histórias e na construção de saberes que servem de reflexão para toda humanidade. Neste aspecto a internet tem promovido uma verdadeira democracia dos saberes que talvez tenha muito a ensinar para essa Democracia Neoliberal adoecida e autoritária.
Por mais que se tenha alcançado avanços na Educação Brasileira com as leis 10.639/2003 e a Lei 11645/2008 muita coisa precisa ser feita para que a passagem pela escola e Universidade não se resuma no lugar de formação para o mundo do trabalho( o que nem ocorre de fato) e passe a garantir uma formação humana, cultivando o direito dos seus alunos existirem enquanto sujeitos, cultivarem e  terem seus saberes respeitados e possam se colocar no mundo a partir da sua cosmovisão construindo assim uma sociedade mais plural e tolerante a diversidade. 

                                                                                      http://biblioo.info/internet-e-democracia/

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